De acordo com o Barómetro de Práticas de Pagamento 2023 elaborado pela Crédito y Caución, apenas 29% das faturas nas transações entre empresas são pagas na Suíça dentro do prazo acordado. Essa taxa reflete um agravamento significativo de 21 pontos percentuais em relação aos 50% de há um ano. 60% do crédito comercial que os fornecedores concedem aos seus clientes pelos seus produtos e serviços no mercado suíço é cobrado com atraso e 11% não é pago, o que é quase o dobro da taxa do ano passado.
"As empresas suíças foram significativamente afetadas por atrasos de pagamento e dívidas incobráveis, em grande parte atribuíveis à eliminação gradual do apoio governamental e à falência de empresas zombies. Disputas de faturas e problemas de liquidez entre clientes B2B foram as principais causas desses problemas de pagamento", explica o relatório.
Para se protegerem da falta de liquidez e evitarem o risco de ficarem sem caixa devido a atrasos nos pagamentos, 59% das empresas aumentaram o tempo e os recursos que dedicam à cobrança de faturas por pagar, 58% procuraram financiamento externo, 56% reforçaram os seus processos internos de controlo de crédito, 56% atrasaram os seus investimentos e 50% atrasaram o pagamento das suas próprias faturas, transmitindo os problemas de incumprimento por toda a cadeia de fornecimento.
Nos últimos meses, 41% das empresas suíças registaram um aumento nos prazos de pagamento dos seus clientes, bem acima dos 11% que registaram uma diminuição. Para o fecho do ano de 2023, 77% das empresas preveem crescimento nos seus negócios e 54% esperam poder expandir as suas margens. 78% antecipam uma melhoria nas práticas de pagamento dos seus clientes, bem acima dos 7% que esperam uma deterioração.
A evolução dos preços teve um forte impacto no tecido produtivo suíço. Apenas 3% das empresas não sofreram alterações na sua estrutura de custos devido à inflação. O principal impacto foi nos custos de produção (para 29% das empresas), seguindo-se os custos de armazenamento e manutenção de inventários (26%), a queda da procura dos seus produtos e serviços (19%), os custos financeiros (14%) e os custos laborais (9%). |
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