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DIVERSOS - HOJE CONVERSAMOS COM JOÃO REBELO MARTINS

Domingo, 28 Fevereiro 2021 21:47 | Actualizado em Domingo, 21 Janeiro 2024 00:04

HOJE CONVERSAMOS – JOÃO REBELO MARTINS

 

Em 2021 irei continuar com a Speedy Motorsport mas com um carro diferente do que usei em 2020, palavras de João Rebelo Martins

 

 

 

João Rebelo Martins é sem dúvida um dos pilotos mais multifacetados no panorama do nosso automobilismo, conduzindo muito tipo de veículos, e com alguns resultados de vulto. Assim iniciamos a nossa conversa, onde pedimos ao nossos entrevistado de hoje para nos fazer um balanço daquilo que foi a época passada de  2020, o que logo nos respondeu O balanço da época de 2020 é muito positivo porque consegui o vice-campeonato nos Super Seven by Toyo 1600 Business. Mas mais importante do que isso é que me senti competitivo nas várias competições que realizei.”  Mas a opção por provas de velocidade tene uma razão válida como nos explicou “Em 20 anos de carreira, competi em Karts, Protótipos, Clássicos e Turismo, Troféus Monomarca, na Velocidade e Montanha, fiz Rally cross e Todo-o-Terreno. Em 2019, depois de 3 épocas no Todo-o-Terreno, voltei à velocidade, aos clássicos e ao Troféu C1, porque precisava de um desafio novo e voltar a ter uma condução mais precisa, ao invés de um estilo de improvisação que é necessário nas Baja e Rally Raid. Em 2020 continuei o trabalho de 2019, fazendo o Super Seven by Toyo e o C1 Learn & Drive. “Sobre a época passada de 2020, quisemos saber como foi o prova a prova, o que rapidamente  João Rebelo Martins respondeu “C1 Learn & Drive - Portimão - 2º Lugar e Poles-Position provamos que somos uma equipa, que há entreajuda, que todos lutamos para o mesmo objectivo. Na corrida de sábado não traduzimos no resultado toda a nossa rapidez. Mas na corrida de Domingo, apenas o regulamento castrador para equipas de 5 e 6 pilotos nos impossibilitou de ganhar” Super Seven by Toyo - Portimão 1 - Duplamente vitorioso"Estava no sítio certo à hora certa e consegui cruzar a linha de meta em primeiro. Foi excelente, fazendo lembrar a minha época do rally cross, não dando para descansar um segundo. Foi uma luta aguerrida mas extremamente leal, como devem ser as corridas. Estou muito feliz pelo resultado e pela diversão que tive em pista.".C1 Learn & Drive Estoril - às portas do pódio"  Faltou um bocadinho para conseguirmos o pódio. O carro não estava perfeito como em Portimão. Tínhamos motor mas não tínhamos um setup que nos ajudasse, desde Sexta-Feira. Ficou provado, uma vez mais, que ao invés de 2019, o regulamento é muito penalizador para equipas de 6 pilotos, beneficiando equipas mais pequenas.”  .Super Seven by Toyo - Portimão 2 - Duplamente vitorioso"  É o presente de dois meses do João Nicolau. Adorei esta corrida porque, desde a altura dos karts, gosto muito de conduzir à chuva. Estava rápido, apanhei os 1600 Pro e alguns 420R. Podia ter terminado mais à frente na geral, imiscuindo-me em lutas com pilotos e carros de outras categorias mas preferi não arriscar e pensar nas contas do meu campeonato.” .Super Seven by Toyo - Estoril - uma vitória e a conquista do vice-campeonato" O carro estava muito bom na chuva, tinha um excelente feeling. Para conseguir o título tinha que ganhar as corridas todas, o Bruno também, e esperarmos um azar do Frederico. Infelizmente o azar bateu-nos à porta e impediu-nos de lutar até ao fim. A Speedy Motorsport fez um excelente trabalho em todas as corridas, desde o início do ano, deixando-me sempre muito confortável em pista. Para nossa satisfação, fomos sempre a tripla mais rápida em pista.”.

 

 

Sobre o calendário de 2021, quisemos saber a opinião de João Rebelo que se expressou da seguinte maneira Com a situação pandémica é difícil falar do calendário de 2021… Espero que seja equilibrado, que não sobcarregue os pilotos e equipas com muitas provas em fim-de-semanas seguidos. “Antes de entrar para o carro de corrida, quisemos saber se obedece a algum ritual, “Nada de especial. Tento estar o mais relaxado possível, do ponto de vista físico, e o mais concentrado possível, do ponto de vista psicológico. Por isso faço uns alongamentos e bebo bastante água. “Mas o que lhe vai na “alma” nos minutos que antecedem a entrada para mais uma corrida, o que depois de pensar um pouco disse “Fazer o melhor possível, dentro dos limites do carro e da pista. Ter a inteligência suficiente para saber quais os momentos para atacar e onde é que se pode poupar a mecânica sem comprometer o resultado.  O resultado, a posição final, é a soma de tudo isso e é fruto do meu trabalho em conjunto com toda a equipa.

Assim, o meu estado de alma, o meu pensamento antes de cada corrida, é fazer com que todos sintam que o seu trabalho vai fazer valer a pena.”

 

Mudando um pouco de assunto quisemos saber o que acha da politica da FPAK sob os desígnios de Ni Amorim, e se acha que tem sido feito um bom trabalho, e quais as críticas a esse mesmo trabalho, o que logo retorquiu “Sobre este assunto tenho uma posição muito próxima daquilo que espero de alguém que detenha um cargo público. A função da FPAK é a de representar o Estado no desporto automóvel, sendo um legislador; basicamente é que o diz a lei base do desporto. Em alguns casos poderá ser, também, promotor. Mas não é essa a sua função. Por isso espero que a FPAK, o seu Presidente e demais pessoas que compõe os diversos cargos, desde a base ao topo, sejam pessoas que cumpram as suas funções de forma abnegada, encarem o bem-comum do desporto motorizado algo mais precioso do que interesses pessoais.

Criticar o trabalho, compete aos associados da FPAK e não aos federados. Assim, espero igualmente que os associados, os mais diversos clubes e os seus dirigentes, tenham, em primeiro lugar, bom senso, preocupações para com o desporto, que exijam equidade de tratamento. Que proponham, especialmente em altura de crise sanitária e económica, a co-organização de eventos. Hoje em dia não me parece ser possível um calendário desportivo ter dez eventos. Que existam clubes que organizam 3 grandes eventos e outros que não organizam nenhum.
Nós, pilotos, deveremos ser ouvidos no que toca a calendários e a planos estratégicos a 5 anos; porque o investimento é nosso, das equipas e patrocinadores, não podendo estar-se constantemente a alterar regulamentos.

E aqui vou criticar os pilotos porque, infelizmente, querem é acelerar e levar uma taça para casa. Os pilotos têm que ser mais exigentes naquilo que a federação e os promotores lhes propõem.
Um campeonato de Turismos é um campeonato de automóveis de 2 ou 3 volumes, 4x2 ou 4x4, turbo ou atmosférico, com cilindrada limite, em qualquer parte do mundo. GT´s, versão GT3, GT4, derivados de troféus ou VSH, têm o mesmo formato em qualquer país; permitir que todos estes carros corram juntos num circuito – é diferente se for numa prova de estrada! – é como ir a um Track Day. E um Track Day não é competição.

 

 

 

 Voltando a falar do seu carro, já alguma vez chegou aos limites do mesmo?  Nessa altura é fácil de ir buscar o mesmo?  E sustos?” Tento chegar aos limites do carro em todas os momentos porque só assim é que tenho prazer e se podem ganhar corridas. Sustos? Espero ter a habilidade para controlar o carro. “

 

Fale-nos da sua equipa. Quem é o preparador e os mecânicos que assistem o seu carro” Falar da “equipa” é falar de muita gente e entidades. A Roadgalaxy trata de todas as questões comerciais com os patrocinadores e de comunicação, desde 2010. Em 2020 ingressei pela primeira vez na Speedy Motorsport, do meu amigo e excelente piloto Pedro Salvador. Estar numa equipa do Pedro é uma mais valia porque ele tem a abertura e hombridade de colocar a sua experiência em competição ao serviço dos outros pilotos da equipa. E depois há o Tuna, uma lenda viva do bem-fazer, da perfeição, da capacidade de trabalho na preparação e durante um fim-de-semana de corridas, capaz de motivar todos os mecânicos a darem o melhor de si.
No troféu C1, nas provas que realizei, corri com a Gianfranco Motorsport, que foi capaz de colocar os pequenos C1 rapidíssimos.

 

 Como é que chegou às corridas? Fale-nos um pouco de forma resumida como começou e quais os passos que deu até aos dias de hoje. ”De forma contínua, ininterrupta, comeceihá20anos.Com um colega de faculdade montamos um projecto para captar patrocinadores. Conseguimos! A partir daí nunca mais parei e já corri em Karts, Protótipos, Clássicos e Turismo, Troféus Monomarca, na Velocidade e Montanha, fiz Rally cross e Todo-o-Terreno. Sempre tive o gosto, lembro-me de ter visto a primeira corrida com 3 anos, em Lousada, faltava à aulas para ir ver o Vinho do Porto e o TAP; emcasa, durante a juventude do meu pai e tio, também andaram pelo meio e deixaram que o bichinho crescesse.
Depois de umas corridas de kart na adolescência, esporádicas, chegado à FEUP montei um projecto, como referi acima, e ainda cá ando.

Em 2020 escolhi correr numa competição organizada pela CRM porque permite equilíbrio a nível regulamentar, corridas vibrantes, e um plano de comunicação muito interessante para divulgar os patrocinadores.

 

 Porque modalidade tem preferência? Eu não tenho preferência por uma competição ou modalidade. Gosto de desafios, gosto da polivalência dos pilotos do antigamente que competiam em tudo o que tivesse motor; um dos meus ídolos é Vatanen: campeão do mundo de ralis, venceu Pikes Peak, o Dakar. Tem uma quinta com uma vinha e foi Eurodeputado. Outro é Ickx, da F1, Le Mans, Dakar. Actualmente, Romain Dumas, Mattias Ekström ou Loeb são os que melhor encaram esse tipo de pilotos. Em Portugal também houve uma geração, muito importante, assim: Sande e Castro, os Mello Breyner, Francisco Esperto, Mario Silva, Matos Chaves. Tive a sorte de ter sido adversário de alguns deles e ter aprendido com a experiência.

Por isso é que tenho uma carreira tão díspar, tão cheia de automóveis, lugares, adversários diferentes. Ganhei corridas em todas as modalidades e conquistei alguns campeonatos, mas mais importante do que isso é que tive prazer no que estava a fazer, fosse na terra, no asfalto, na areia, na lama, em pistas larguíssimas ou a ver o buraco lá ao fundo.

Sei igualmente que não sou o piloto mais rápido em nenhuma modalidade, nem chegarei a ser. Mas sei, também, que me sinto capaz de alcançar os objectivos a que me proponho.

 

Diga-nos quem são os seus patrocinadores.” Em 2020 corri com as cores da Agip Novecento, Vida Económica, Hotel Dighton, Fluidotrónica, Cerveja Vadia e Quinta do Estanho.

 

 Para 2021 há perspetivas de aumentar o número de patrocinadores? Quando abordo uma empresa para me patrocinar, apresento um projecto de comunicação. Não é apenas colocar um autocolante no carro, há um trabalho hercúleo por trás disso. Há patrocinadores que estão comigo há muitos anos e a há outros que se adaptam ou não ao projecto que lhes apresento.
Por exemplo, em 2011 e 2013 tive patrocinadores comigo porque sabiam que eu iria fazer o circuito da Boavista e que lhes garantia um espaço na boxe com serviço de catering constante, acesso à pista e uma área reservada para eles receberem os seus convidados e poderem fazer negócios.
Outro exemplo, a Arax Gazzo, uma marca de fatos de cerimónia, esteve comigo de 2010 a 2015. Quando em 2016 eu fui para o Todo-o-Terreno, não fazia sentido levar no carro uma marca de fatos de cerimónia quando o Polaris iria aparecer sempre cheio de lama, todo sujo!
Posto isto, espero em 2021 conseguir que o meu projecto desportivo e de comunicação atraia mais marcas, focadas em comunicar para um target específico.

 

 Acha que a actual divulgação do nosso automobilismo em Portugal em termos de TV melhorou? Qual a sua opinião, e na sua opinião quais as principais falhas, e o que sugere para colmatar essas mesmas falhas.” Com a facilidade dos meios de comunicação – captação e transmissão através da web – a exposição mediática aumentou imenso. Isso vê-se!

A vinda da F1, WEC, WRC, Moto GP a Portugal, as vitórias do Filipe Albuquerque, Félix da Costa, Miguel Oliveira, ajudam a dar mais visibilidade do nosso desporto a pessoas que não o acompanham no dia-a-dia. Hoje temos as nossas estrelas como capa de jornais generalistas, vão aos programas da rádio em prime-time (manhã), e aos generalistas das TV´s.

Tudo isto ajuda. Em 2013/14 elaborei um estudo sobre como tornar o desporto motorizado num negócio. Resumindo muito, uma das conclusões a que cheguei é que a TV é fundamental para isso e apresentei uma solução: um canal generalista de TV ser o promotor dos nossos campeonatos, fazendo com que o paddock dos autódromos, pistas de rally cross, parques de assistência dos ralis e todo-o-terreno fossem o cenário dos “programas de Domingo”.
É muito ambicioso mas vi isso acontecer no Brasil, Alemanha, Egipto, EUA. Haja vontade! 

 

 

Qual a sua opinião, acha que as medidas de segurança para os pilotos existentes nas pistas, montanha, rali são suficientes? E em termos de segurança pessoal sente-se seguro com o seu equipamento ?Acha que é necessário mais?” Sempre fui picuinhas com a segurança pessoal e sinto-me seguro. Mesmo em treinos privados, uso sempre o equipamento completo porque nunca se sabe quando o iremos colocar à prova.
Quanto à segurança em prova, espero que as organizações saibam o que andam a fazer, para não assistirmos mais a imagens onde se vê um carro a arder e não haver extintores carregados nos comissários, carros da organização estacionados na escapatória de segurança de troços de rali, pessoas mal colocadas, etc.. Aqui a FPAK deveria ter mão dura porque essas falhas colocam em perigo a segurança de pilotos, público, assistentes, comissários e forças de segurança, além de darem uma péssima imagem ao desporto motorizado.

 

Que evoluções tem previstas para a época de 2021 no seu carro?” Em 2021 irei continuar com a Speedy Motorsport mas com um carro diferente do que usei em 2020.
Estou ciente do trabalho da equipa e sei que o carro vai para as provas o melhor possível.

 

Entrevista de João Raposo - www.velocidadeonline.com

 

 

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