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COMÉRCIO & INDUSTRIA - GOODYEAR DESVENDA OS SETE PASSOS

Quarta, 06 Maio 2020 17:22 | Actualizado em Quinta, 07 Dezembro 2023 10:34

GOODYEAR DESVENDA OS SETE PASSOS DO PROCESSO DE CRIAÇÃO DE UM PNEU


Passo 1: definir os objetivos de desenvolvimento

Antes de ter início o complexo processo de desenvolvimento de um pneu, o qual pode demorar três anos ou mais, a equipa responsável pelo marketing de produto avalia o consumidor e as necessidades dos clientes no segmento em questão. É realizada uma exaustiva pesquisa de mercado em toda a Europa, com a finalidade de definir as expetativas específicas dos consumidores, de identificar as suas preferências nos distintos mercados, e de prever as tendências futuras. Os especialistas em análise de mercado da Goodyear estudam em permanência a indústria automóvel para identificar qualquer oportunidade para novos produtos.

Uma equipa de engenheiros trabalha em estreita colaboração com todos os principais fabricantes de automóveis, seja de turismo como de veículos comerciais, avaliando e definindo as necessidades de futuros modelos, para criar um produto que, pontualmente, se ajuste a especificações muito precisas.

Também existem diversos requisitos, estabelecidos pelos reguladores a nível mundial, na União Europeia e, por vezes, no seio do próprio país, que devem ser considerados durante o desenvolvimento dos pneus. A Goodyear tem, igualmente, em conta os critérios de testes de pneus realizados pelas revistas de automóveis e pelos clubes de automóveis, dado que a sua avaliação tem grande influência na escolha dos consumidores.

O objetivo desta primeira etapa é estabelecer metas específicas de prestações para o novo produto. Cada tipo de pneu centrar-se-á em distintas caraterísticas de funcionamento, como eficiência de combustível, aderência sobre piso molhado e seco, resistência ao aquaplaning ou estabilidade a alta velocidade, entre outras. Por norma, a equipa de marketing de produto disponibiliza à equipa de I&D até 15 objetivos de performance diferentes para a gama de pneus de máximo rendimento. Durante o processo de desenvolvimento, a Goodyear tem em conta mais de 50 critérios ao desenvolver um novo pneu.

Passo 2: o papel dos designers

Os designers estão presentes desde o protótipo inicial, passando pelo desenvolvimento, até à comunicação visual do produto final.

Existem dois tipos de designers de pneus que tomam parte no processo de desenvolvimento do pneu. O designer criativo, que se centra na aparência da banda de rolamento e dos flancos; e o designer técnico, que se centra unicamente nos efeitos de um desenho específico sobre a performance. O designer criativo tem em conta as expetativas do consumidor, a marca, as necessidades do produto e os aspetos estéticos em geral. O designer técnico é responsável pelo desenho da banda de rolamento, que, com todos os seus blocos, sulcos e canais, tem um impacto direto em critérios importantes de performance, como a aderência, a resistência ao aquaplaning, o comportamento e o nível de ruído.  

O design pode marcar a diferença na escolha do cliente entre um pneu e outro. Tal acontece de forma especial no caso de marcas premium, de pneus de altas prestações, de pneus de tuning e de pneus de competição.

Para que um desenho tenha êxito deve oferecer as seguintes vantagens:

Design técnico funcional:

O desenho segue a funcionalidade. A performance do pneu é o critério mais importante para a Goodyear e, por isso, o desenho tem que ser funcional e de contribuir de forma eficaz para alcançar os objetivos globais de performance do pneu. Para cada pneu desenhado existirão diferentes objetivos de prestações.

Comunicação de reforço das prestações:

Um desenho que reforça a perceção de que terá o desempenho esperado na aplicação para que foi concebido marca pontos na mente do consumidor. Um pneu de inverno pode expressar, através da sua aparência, que terá aderência na neve, e um pneu de baixa resistência pode representar eficiência e ecologia.

Perceção de qualidade melhorada:

Um produto de primeira qualidade necessita de um design homogéneo, que englobe o produto na totalidade, e um superior nível de detalhes no desenho da banda de rolamento do pneu. O desenho, e respetivos pormenores, desempenham um papel decisivo na aparência final do produto e definem o que o cliente percebe e sente sobre um produto. 

Diferenciação incrementada do produto:

Serão aplicados desenhos e caraterísticas diferentes em produtos de marcas distintas, que circularão através de todas as suas comunicações de marketing de produto. Tal garante uma imagem coerente entre os produtos de uma mesma marca.

Passo 3 – A estrutura: reforço e estabilidade são determinantes

A estrutura de um pneu é fundamental para as suas prestações, e existem muitas variações determinantes no processo de fabrico. Tal implica a utilização de vários compostos e materiais de reforço diferentes, como aço, poliéster ou fibras de aramida.

Atualmente, os pneus do tipo radial são os mais fabricados a nível global, embora os diagonais ainda sejam produzidos para determinadas aplicações. No fabrico de um pneu radial são utilizados cordões de aço entrelaçados, que se estendem do talão a todo o pneu, de modo a que os cordões sejam colocados aproximadamente em ângulo reto com a linha central da banda de rolamento, e paralelos entre si. Entre as vantagens desta estrutura incluem-se o prolongamento da vida da banda de rolamento, um melhor controlo e níveis mais baixos de resistência ao rolamento, logo, maior poupança de combustível.

O processo de fabrico da carcaça é muito importante no que às prestações globais do pneu diz respeito, uma vez que pode influir em muitas caraterísticas de performance, incluindo o equilíbrio do pneu, a sua robustez e resistência a alta velocidade e em curva, a aderência, a carga e a resistência ao rolamento, a distância de travagem e o desgaste do piso.

Objetivo fundamental de um engenheiro de pneus é conseguir que uma área ampla e uniforme da banda de rolamento está em contacto com a superfície da estrada. Para o alcançar, o engenheiro analisa o rasto do pneu, em que descrita a área da banda de rolamento em contato com a estrada. Quanto maior for a área de contato, mais uniforme a distribuição da pressão do pneu, e melhores serão a tração e o desempenho em termos de comportamento.

As variações no fabrico da carcaça também podem ser utilizadas para ajudar a conseguir um pneu com caraterísticas exclusivas, que o coloquem numa posição muito superior, como é o caso da Tecnologia RunOnFlat da Goodyear, que utiliza flancos reforçados para suportar o pneu em caso de perda total da pressão.

Passo 4: o composto e a arte da mistura

A criação do composto de um pneu consiste em reunir todos os ingredientes necessários para misturar um lote de composto de borracha. Cada componente possui uma combinação diferente de ingredientes, de acordo com as propriedades necessárias para esse componente. Pode comparar-se com um chef que combina os ingredientes de uma receita de forma a que as subtis variações na mistura dos mesmos possam levar a resultados muito diferentes.

Todas as áreas determinantes do pneu contêm diferentes compostos, e cada composto diferentes ingredientes. Por exemplo, para manter o ar de um pneu, a capa interior utiliza diferentes compostos no flanco, para garantir a estabilidade, e diferentes compostos na banda de rolamento, para assegurar outras caraterísticas, como a aderência e o comportamento. Um pneu de turismo é fabricado com até 25 componentes distintos, e contém mais de 15 compostos diferentes. Um engenheiro utiliza mais de 100 materiais diferentes para desenvolver os seus compostos.

A mistura é o processo de transformar os ingredientes numa substância homogénea através de um trabalho mecânico. Podem ser necessárias até sete etapas para garantir que os ingredientes são incorporados na ordem desejada.

Existem diferentes tipos de ingredientes, para compostos que incluem borrachas naturais e sintéticas, destinados a assegurar elasticidade e aderência: o negro de carbono, que constitui uma elevada percentagem do composto de borracha, proporcionando reforço e resistência à abrasão, e o enxofre, para cruzar as moléculas de borracha no processo de vulcanização. Nos pneus de alta performance, a sílica é utilizada em detrimento do negro de carbono, para garantir uma baixa resistência ao rolamento e uma excelente aderência sobre superfícies molhadas.

Os ingredientes do composto utilizados, e a forma como estes são misturados, têm grande impacto no desempenho de um pneu. A utilização de ingredientes de primeira qualidade, e a seleção dos melhores compostos e misturas, são aspetos que colocam os fabricantes de pneus premium longe dos seus concorrentes que se posicionam, fundamentalmente, em função do preço.

Passo 5: fabricar o protótipo

Uma vez tenham sido definidos os componentes, os compostos, os materiais específicos e o desenho da banda de rolamento, procede-se ao fabrico dos pneus protótipo, para que seja possível testá-los em laboratórios de ensaio e em veículos. A equipa trabalha em estreita colaboração com o departamento de avaliação de pneus, para que os protótipos possam ser postos à prova num amplo programa de testes, e os resultados possam ser enviados de volta à equipa de I&D.

Existem diferentes formas de fabricar um pneu protótipo para fins de teste. O desenho da banda de rolamento pode ser talhado a laser diretamente dentro do pneu protótipo fabricado, que, nesta etapa, possui uma superfície de banda de rolamento, literalmente, lisa. Esta tecnologia permite aos engenheiros fabricarem um pneu destinado a testes sem ter que seja necessário conceber um molde completo, cujo processo é complexo e dispendioso. Numa etapa mais avançada do processo de desenvolvimento, é fabricado um molde que permite à equipa testar o novo pneu na sua plenitude.

Os pneus protótipo são construídos à mão e fabricados em instalações, no caso da Goodyear, no Centro de Inovação da Goodyear no Luxemburgo (GICL), em que o fabricante de pneus se assegura que os diferentes componentes do pneu são fabricados de acordo com as especificações recebidas da equipa de Investigação e Desenvolvimento.

Os componentes são montados num tambor com uma ordem específica e ajustes pré-definidos. O produto final deste processo denomina-se pneu verde, alusão ao seu estado ainda sem vulcanização. Este pneu verde é vulcanizado num molde específico, instalado numa prensa de vulcanização. Posteriormente, o pneu vulcanizado é inspecionado a fundo e enviado para o departamento de testes.

Passo 6: avaliação do pneu. Milhões de quilómetros percorridos

Mais de 270 pilotos de testes da Goodyear, juntamente com engenheiros e técnicos de 12 diferentes nacionalidades, superam 100 milhões de quilómetros de testes todos os anos, garantindo que os nossos pneus estão a ser testados de uma ponta à outra do planeta, 24 horas por dia. Os testes constituem uma importante atividade para a empresa, que testa mais de 70 000 pneus por ano nos seus laboratórios com terrenos e pistas de testes, assim como em estrada. Na Europa, a Goodyear é proprietária de três pistas de testes com instalações específicas para levar os pneus ao limite, situadas em França, Alemanha e Luxemburgo. Anualmente, são utilizados mais de 500 veículos para realizar os testes de pneus.

Durante a fase de desenvolvimento de produto, os pneus da empresa ão submetidos a rigorosos testes, tanto nos tambores de laboratório como em pista. Enquanto que a nova etiqueta europeia de pneu tem em conta três critérios – resistência ao rolamento, aderência sobre piso molhado e ruído exterior –, a Goodyear testa um pneu mais de cinquenta diferentes critérios. Aqui se incluindo tanto os testes legalmente estabelecidos, como muitos outros testes específicos da Goodyear: testes de travagem e controlo, tanto sobre superfícies molhadas como secas; aquaplaning em retas e curva; conforto e estabilidade a alta velocidade; e testes de ruído, tanto em pista como num extremamente sofisticado laboratório de som, entre outras. A resistência ao rolamento, o desgaste da banda de rolamento e outros testes adicionais também são realizados em condições controladas em laboratório.

Os pneus para necessidades específicas requerem testes adicionais, como é o caso dos testes dos pneus de inverno sobre neve, granizo e gelo, realizados a muito baixas temperaturas nas instalações da Finlândia, Suécia, Suíça e Nova Zelândia. Estes testes específicos foram desenvolvidos com a finalidade de serem utilizados também em pneus comerciais, como os pneus para camiões e os pneus agrícolas.

As pistas e as instalações da Goodyear em Mireval oferecem inúmeras possibilidades para efetuar testes específicos de pneus. Originalmente concebido como um circuito de corridas, Mireval carateriza-se por contar com umas instalações de vanguarda, que incluem um circuito de condução em seco com 3,3 km de extensão, um circuito de alta tecnologia de condução sobre piso molhado com 1,7 km de extensão, e um grande circuito em círculo para os testes de aquaplaning em curva.

Todos os resultados dos testes de pneus são comunicados à equipa de I&D, que tratará de melhorar as áreas específicas destacadas pelo departamento de avaliação de pneus. A produção de um novo protótipo de pneu e o processo de testes poderão ter de voltar a realizar-se. Ao colocar à prova o desempenho dos produtos tanto em condições controladas em laboratório, como em pistas de testes e estradas, a Goodyear consegue disponibilizar pneus com um desempenho equilibrado em todos os critérios de performance importantes.

Passo 7: industrialização e produção

O processo de industrialização tem como objetivo a criação de infraestruturas de produção, de processos e de equipas para garantir o êxito do lançamento de um novo produto ao nível da produção em massa.

Uma vez estabelecidos os objetivos de marketing iniciais, e completada a fase de verificação do protótipo, o produto inicia uma fase de extrapolação de linha. As novas especificações são aplicadas a todo o leque de medidas, e, na fábrica, são efetuados testes individuais de qualificação.

Para uma empresa como a Goodyear, que opera num mercado global, representa a definição, padronização e implementação dos processos de fabrico necessários para a produção desse pneu em particular, em cada fábrica, com os mesmos padrões de qualidade, oferecendo a mesma performance ao consumidor final. Na região da Europa, Médio Oriente e África, a Goodyear produz mais de 70 milhões de pneus por ano, em centros de produção existentes em sete países. Os responsáveis pela planificação, no que respeita à procura existente, enfrentam, diariamente, o desafio de prever e planificar a quantidade, os tipos e as medidas requeridos pelo mercado.

Um pneu não é uma peça uniforme de borracha. Pelo contrório, é fabricado a partir de entre 10 a 20 componentes com diferentes propriedades. O próprio processo de fabrico é uma sucessão de diferentes passos, com operações muito específicas. Aqui se incluindo a mistura de ingredientes em proporções extremamente precisas, e sob uma série de condições de processo deveras controladas, para se conseguir obter diferentes compostos de borracha. Depois, vem a preparação dos componentes, incluindo os processos de criação de calendários, de extrusão e fabrico do talão. Uma máquina de montagem reúne todos os componentes, e o processo de vulcanização no molde confere a forma definitiva e as propriedades materiais finais do pneu. Uma vez terminado o processo, os pneus passam por uma série de inspeções e testes, para verificar o cumprimento dos padrões de qualidade estabelecidos.

Estas normas de qualidade não se estabelecem apenas internamente, mas também foram concebidas para cumprir com as exigências externas de qualidade e as normas ambientais, tais como QS9000 ou ISO/TS16949. No topo das certificações de qualidade estão, para a empresa, os elevados padrões ambientais, tanto a nível local como global, para o que é otimizada a utilização da energia em todas as suas instalações, reduzindo o uso de materiais e limitando o impacto ambiental global dos seus produtos.

Sobre a Goodyear

A Goodyear é uma das maiores empresas produtoras de pneus do mundo. Tem cerca de 64 000 empregados e fabrica os seus produtos em 47 instalações em 21 países em todo o mundo. Os seus dois centros de inovação, em Akron (Ohio) e em Colmar-Berg (Luxemburgo), esforçam-se por desenvolver produtos de última geração, que marcam o padrão da indústria em termos de tecnologia e desempenho.


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