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COMÉRCIO & INDUSTRIA - O PNEU É REDONDO.....POR JOÃO LAMARES

Terça, 11 Setembro 2018 06:30 | Actualizado em Quinta, 18 Abril 2024 08:07

Para além da roda preta; O que devemos saber

 

O Pneu é Redondo, Preto e tem um buraco no meio!

Para muitos de nós, o pneu é a quela coisa redonda, preta e com um buraco no meio que obrigatóriamente, todos os veículos usam. Para alguns, mais atentos a estas coisas dos automoveis, os pneus também trazem alguma estética. Mais ou menos racing, conforme o desenho dos sulcos e a altura do perfil lateral, há quem os defina em familiares, desportivos e todo-o-terreno.

Se bem que haja alguns que digam que determinado pneu "seja a sua cara", a única certeza que temos é que, de pneus, percebemos muito pouco, para não dizer nada.

Fomos convidados pela Bridgestone Portugal para uma formação sobre pneus, caracteristicas e construção, nas instalações da marca em Alcochete. Sabendo que o pneu tem muito que se lhe diga e que é muito mais importante do que uma simples roda preta, acedemos com agrado e expectativa.

 

Um Jogo de Compromissos

A primeira noção que queremos sublinhar é a de que o pneu ideal não existe. O pneu é responsável pelo comportamento geral do carro na estrada. Tração, direção, travagem, conforto, ruido, comportamento em piso seco ou molhado e consumos, são apenas alguns aspectos que dependem do pneu utilizado.

Não nos iludamos! Não podemos ter um pneu excelente em todos os parâmetros. Um pneu simétrico tem respostas diferentes nos diversos parâmetros, relativamente a um pneu direcional ou assimétrico. Por exemplo; a quantidade de sulcos que encontramos no piso do pneu, é responsável, entre outros, pelo ruido produzido. Quantos mais sulcos existirem na superfície do piso, maior será o ruido produzido.

Um pneu direcional, especialmente concebido para gerar aderência em piso molhado, é um pneu com muitos sulcos, logo com elevado nível de ruido. Fica claro que se optarmos por uma forte aderência em piso molhado, entre outros aspectos, vamos sacrificar o ruído.

O pneu é um invólucro de gases concebido para funcionar a uma determinada pressão. A variação da pressão dos pneus para baixo ou para cima dos valores indicados pelo fabricante do nosso automóvel, não só altera o comportamento geral do conjunto carro/pneu, como afecta diferentes parâmetros como desgaste, durabilidade e consumos.

A informação do construtor diz que aquele carro esta apto a realizar um determinado consumo. Para além do estilo de condução de quem guia o carro, o consumo é fortemente afectado pela pressão dos pneus. Se a pressão não estiver dentro dos parametros definidos, o consumo não será certamente o previsto e o nosso bolso vai ressentir-se disso. Da mesma forma a durabilidade do pneu: uma pressão inadequada será responsável por um desgaste maior e muitas vezes assimétrico de um pneu, comprometendo o seu comportamento e a durabilidade prevista.

Em resumo: Um pneu é um invólucro de gases concebido para, a determinada pressão, corresponder a um compromisso que determina o comportamento dinâmico do carro, conforto, consumo e despesa com a manutenção.

Enchimento com ar ou azoto?

A construção do pneu envolve várias camadas, ou telas. Uma delas o revestimento butílico ou revestimento interno. Este revestimento é responsável pela impermeabilização interna do pneu. Isto é, tem como função impedir que os gases contidos dentro do pneu se escapem para o exterior.

Como o ar com que normalmente enchemos os nosso pneus é um composto de diferentes gases, entre eles o azoto e o oxigénio, o revestimento interno do pneu não é capaz de garantir uma impermeabilidade total, sendo mais permeável ao oxigénio e menos ao azoto. Assim, se em alternativa ao enchimento dos pneus com ar, o fizermos com azoto, a estabilidade da pressão é maior e, dessa forma, asseguramos que os pneus mantenham durante mais tempo as condições ideais de funcionamento.

Algumas oficinas da especialidade incluem este serviço, no entanto podem cobrar uma taxa que varia entre elas. Algumas marcas também incluem o enchimento com azoto de origem.

Mais importante do que enchermos os pneus do nosso carro com azoto ou ar, é o controlo que fazemos da pressão dos pneus. Idealmente esse controlo deveria ser feito num espaço de 15 dias, mas se o fizemos mensalmente já é muito bom. Devemos reter que a segurança, o conforto, o consumo e a manutenção do carro, dependem fortemente da pressão dos pneus e que esta deverá estar conforme as indicações do fabricante para que possamos tirar o máximo rendimento e prazer do conjunto carro/pneu que escolhemos.

Estas indicações encontram-se no livro de instruções e, para um acesso mais rápido e eficaz na zona interior da porta do condutor. Em alguns carros estará no pilar central, noutros no interior da porta ou no pilar mais próximo da roda. Nessa etiqueta encontra a informação sobre a pressão para os pneus da frente e de trás ( neste caso com carga ou sem carga). No nosso caso, como normalmente andamos apenas com os lugares da frente ocupados, respeitamos a pressão indicada para os pneus traseiros sem carga.

Como ler as inscrições do pneu?

Já deve ter reparado que na parede lateral do pneu aparecem diversas inscrições. Nomeadamente umas em letras maiores que se referem às medidas do pneu utilizado.

185/65 R 15

 

185 - Largura de secção do pneu. O pneu tem 3 diferentes larguras: A largura do piso que corresponde à zona que está em contacto com o solo; a largura de secção que corresponde à largura entre a parte externa das paredes laterais  e a largura total que corresponde à largura máxima do pneu incluindo frisos e inscrições em relevo nas paredes laterais. O valor 185 corresponde à largura de secção do pneu em milimetros.

/65 - Este valor é uma percentagem e referência à altura da parede lateral relativamentel à largura da secção do pneu. Neste caso, a parede lateral do pneu tem uma altura equivalente a 65% da largura de secção.

R - Tipo de construção do pneu. No caso, Radial

15 - Diâmetro da jante em polegadas. No caso 15 polegadas.

Outras inscrições que encontramos associadas a estas são por ex. 91H por exemplo

91 é um indíce de carga máxima que o pneu suporta e H é um indice de velocidade máxima que o pneu suporta. O indíce de carga refere-se à carga unitária que um pneu é capaz de suportar.

O indíce de velocidade máxima indica a velocidade máxima que aquele pneu suporta sem risco de colapsar. S=180, T=190, H=210, V=240, W=270 e Y=300. No caso de ter pneus diferentes na frente a a trás, por favor, respeite o índice mais baixo.

Pneu, quando deve ser trocado?

A altura dos rasgos do pneu serve também para  medir o seu desgaste. A legislação portuguesa refere que a altura minima permitida é de 1,6mm.

Para lá das multas e chumbos na inspecção, é importante reter que o que está em jogo é a nossa segurança e a de todos os que, com eles, partilhamos a estrada. O desgaste acentuado de um pneu altera o seu comportamento e potencializa os riscos de acidente. Um pneu careca não é a mesma coisa que um pneu liso de competição. Um pneu careca é um pneu incapaz de cumprir com as funções para que foi criado e que potencializa o risco de acidente. Ser proprietário de um automóvel, ou simplesmente condutor, traz-nos a responsabilidade, direi mesmo obrigação, de garantir perante todos os que circulam na estrada connosco, que o carro que conduzimos está em condições de não colocar em risco as suas vidas. Por essa razão a maior frequência com que inspecionamos os nossos pneus é fulcral.

Mesmo que o piso esteja em condições, o pneu pode sofrer outros desgastes. Os impactos que sofre na estrada ou quando estacionamos, o calor, o frio, são condições que provocam desgaste dos pneus e que podem colocar a sua integridade em risco.

Mesmo que os nossos pneus pareçam estar em boas condições, eles têm um "prazo de validade". O E.T.R.T.O. recomenda que depois de 5 anos de utilização (contados após a primeira utilização), os pneus deverão ser inspecionados por um especialista, pelo menos, uma vez por ano. Esta inspeção complementa as verificações periódicas de utilização.

Por precaução, a mesma entidade recomenda que após 10 anos da data de fabrico inscrita na parede lateral, se deve proceder à substituição do pneu.


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