Deixem-nos correr
A regra dos limites de pista dá que falar há já alguns
anos. Não só na F1, mas no WEC e outras provas da FIA.
É uma regra que nós, os fãs, os amantes das corridas e
das lutas encarniçadas por uma posição em pista, tipo Arnoux e Villeneuve,
pouco apreciamos.
Entendo que em certos casos seja necessário instaurar
alguma disciplina aos pilotos que, muitas vezes de forma abusiva é certo, usam
as zonas asfaltadas das escapatórias para ganhar algumas décimas de segundo ao
longo da corrida. Uma décima aqui, duas ali e mais duas na próxima volta, são
cinco décimas e, cinco décimas é muito tempo. Mas sejam claros, ou é, ou não é.
Em corrida, em qualificação em treinos, sozinho, a ultrapassar... ou é, ou não
é.
Foi o caso da famigerada curva quatro do circuito de
Sahkir no Bahrain.
Durante os treinos, vários pilotos viram os seus tempos
anulados por usarem a escapatória da curva quatro quando fizeram a melhor
volta, mas para a corrida as instruções mudaram (por muito que o neguem).
Durante a corrida já se podia usar a escapatória, mas não para ultrapassar.
Christian Horner questiona a clareza desta medida. Os
Mercedes, por cada vez que passam na escapatória da curva 4, ganham duas
décimas de segundo, e fazem-no em varias voltas ao longo da corrida (como
outros o fizeram também), mas não se pode ultrapassar. Em que ficamos?
Segundo o "Team Cheaf" da Red Bull Racing tem
de se terminar com esta zonas cinzentas e deixar preto no branco o que se pode
e não pode fazer.
Não é agora pode, depois não pode, mas agora já pode
outra vez...
A luta entre Lewis Hamilton e Max Verstappen foi limpa,
bonita de se ver e representa a essência de que a Formula 1 é feita.
O Fã de Formula 1 e de corridas de automóveis em geral
está farto de ver competições monótonas onde quem faz a pole comanda a corrida
e vence-a, Grande prémio após Grande Prémio, campeonato atrás de campeonato.
Sem disputas de posição, sem lutas, sem ... sal. É verdade, estamos todos
cansados de uma F1 insossa.
A corrida de Sahkir terminou numa espécie de anti-clímax,
com toda a gente a olhar uns para os outros e a perguntar "mas o que é
isto?"
Temos pela frente um campeonato que promete. Finalmente a
Mercedes e Lewis Hamilton têm a consciência de que desta vês não vão ser
"favas contadas". Não estraguem as corridas com regras caprichosas e
ambíguas.
Por favor, deixem os miúdos correr.
Texto de João Lamares - www.velocidadeonline.com
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João Raposo
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